Aumento nas vendas de blindados reflete a busca por mais segurança nas cidades

17 de julho de 2025

A violência urbana tem impulsionado a procura por carros blindados, que já não são mais exclusividade das classes mais altas. 


É preciso estar atento ao entorno sempre que estacionar o carro e fazer tudo de forma célere para não se expor às situações de vulnerabilidade

 

A blindagem de carros tem se tornado algo muito mais recorrente do que ocorria anos atrás. O crescimento do serviço no Brasil, batendo recordes pelo quarto ano consecutivo, segundo a Associação Brasileira de Blindagem, a Abrablin, é um indicativo desta nova realidade. Somente em 2024 foram quase 35 mil veículos que receberam blindagem, colocando o Brasil como o país com mais carros blindados no mundo.

 

Hoje, são cerca de 400 mil veículos à prova de bala no país, com um crescimento expressivo principalmente na região Nordeste, com Ceará e Pernambuco liderando o número de blindagens. Para o presidente da Abrablin, Marcelo Silva, a insegurança fez com que o perfil do consumidor de veículo blindado mudasse. A mudança do perfil do consumidor de carro blindado

 

A mudança do perfil do consumidor de carro blindado

O mercado deixou de contemplar somente os carros de luxo para chegar também ao motorista de carros discretos.

 

Segundo Silva, “às vezes, a pessoa tem um poder aquisitivo para comprar um carro mais luxuoso importado, que dá um pouco mais de status, [mas] opta em comprar um carro mais barato, que tem aquilo que ele precisa, e a diferença [do valor] ele blinda”.

 

Mais carros blindados circulando nas ruas também representam mais blindados usados no mercado. A busca por estes veículos tem crescido nas plataformas de vendas. A plataforma WebMotors, por exemplo, contabilizou um aumento de 15% na procura por seminovos blindados somente no primeiro quadrimestre de 2025. Ao mesmo tempo, a blindagem de seminovos também tem aumentado. Somente no primeiro trimestre de 2025, houve um salto de 30% na blindagem deste tipo de veículo. O salto tecnológico nos materiais utilizados na blindagem permitiu que carros mais antigos recebessem a proteção, algo pouco praticado até pouco tempo atrás.

 

Estas são opções que cabem no bolso do público que não é o de luxo e que sente a necessidade de ter um veículo à prova de balas. Silva destaca que o perfil do consumidor de carros blindados não é mais somente aquele pertencente à classe A, mas também o consumidor de classe média, muito por conta da tecnologia que barateia o acesso ao serviço. Uma blindagem custa em torno de R$ 80 mil na sua forma mais básica. São três os níveis de blindagem permitidos no Brasil para uso civil. O primeiro nível oferece proteção contra armas de fogo de calibres entre 22 e 38; o segundo, proteção contra munições de 9 mm e de revólveres como o Magnum 35; já o terceiro nível permitido suporta disparos de revólveres Magnum 44 e até submetralhadoras Uzi. Este custa cerca de R$ 100 mil.

 

Cuidados com manutenção

Antes, as placas de blindagem adicionavam um peso extra ao veículo, o que ocasionava desgaste excessivo e prematuro de diversas peças dos conjuntos mecânicos. Consequentemente, o custo com a manutenção de carros blindados era maior. Hoje, as placas pesam menos, o que não compromete tanto as peças e a estrutura do veículo.

 

Contudo, os cuidados devem existir. Pode ser que com o tempo entre ar entre as camadas de vidro e a blindagem, em janelas e para-brisa, por exemplo. Neste caso, é preciso fazer trocas. No mais, é importante dar atenção maior que o normal para câmbio, motor, freios e suspensão, que são as partes que sofrem mais com o peso adicionado. Em se tratando de carros elétricos, é fundamental que a manutenção seja feita em oficinas especializadas. Os elétricos exigem cuidados especiais, por conta dos seus componentes sofisticados e mais sensíveis. Até mesmo partículas metálicas em suspensão podem prejudicar os componentes, o que demanda um ambiente controlado.

 

No mais, a blindagem de carros tem se tornado uma alternativa para ter mais segurança, principalmente nas grandes cidades. Ainda assim, não resolve o problema de furtos, por exemplo. É preciso estar atento ao entorno sempre que estacionar o carro e fazer tudo de forma célere para não se expor às situações de vulnerabilidade.

 

 

 

CRÉDITOS:

Portal do Trânsito, Mobilidade & Sustentabilidade

Foto: iStock

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No ano passado, cerca de 34.402 veículos foram blindados no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin). Os números representam um crescimento de 17,4% em comparação com o ano de 2023. O aumento representa uma demanda de consumidores que buscam por uma maior segurança dentro dos automóveis. Como existe uma diversidade de empresas em atuação no Brasil, o Instituto da Qualidade Automotiva (IQA), em parceria com a Abrablin, lançaram um certificado de qualidade dessas blindagens. O selo de qualidade deve seguir um padrão confiável para que os consumidores saibam a quem recorrer na hora de realizar uma blindagem. “A certificação aborda a qualidade e conformidade dos materiais balísticos utilizados no processo de blindagem, como manta, aço e vidro balístico, que devem obrigatoriamente possuir a Certificação de Produtos Controlados pelo Exército (PCE)”, ressalta a organização. Vale pontuar que o IQA atua como certificadora designada pelo Exército do Brasil para conduzir este tipo de avaliação, seguindo as exigências estabelecidas pela Norma Regulamentadora ABNT NBR 15000. Segundo o gerente de Serviços Automotivos do IQA, Sergio Fabiano, a certificação é voluntária e visa garantir que a empresa forneça um produto que cumpra sua finalidade. No processo de certificação, a empresa que realiza a blindagem veicular é submetida a uma avaliação abrangente, que engloba desde a sua estrutura física e capacidade de produção até a conformidade com normas de segurança e regulamentações. Aspectos como o processo de fabricação, disponibilidade de autorização para funcionamento, os equipamentos e tecnologias empregadas, bem como aquisição de materiais balísticos que passaram por testes realizados nos produtos finais para verificar sua resistência balística e outras características de segurança.  FONTE: ABRABLIN
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