Com os níveis de violência cada vez maiores, muitos proprietários querem saber como funciona a blindagem dos carros, quais tecnologias estão envolvidas no processo e os níveis de proteção disponíveis no Brasil.

A blindagem automotiva é um processo minucioso que envolve várias etapas. Na maioria das vezes, essas estágios envolvem:

1.  Desmontagem: O carro é desmontado para acessar todas as áreas que receberão a proteção.

2.  Aplicação de materiais: São aplicados materiais balísticos, como aço, cerâmica ou fibras de aramida, nas portas, painéis, teto e outros pontos vulneráveis.

3.  Vidros multilaminados: Os vidros originais são substituídos por vidros multilaminados compostos por policarbonato, que oferecem maior resistência.

4.  Revestimento interno: O interior do veículo também é revestido com materiais balísticos para proteger os ocupantes.

Os materiais aplicados à estrutura do carro podem variar, mas geralmente incluem aço balístico, cerâmica, fibras de aramida, vidros multilaminados e outros compostos de alta resistência, dependendo das necessidades do cliente e das ameaças enfrentadas.

Quais partes do carro recebem blindagem?

Dependendo do nível de blindagem escolhida pelo cliente, todo o carro pode ser blindado ou apenas as áreas mais vulneráveis. Por exemplo:

·        Portas: as portas são blindadas para proteger os ocupantes de tiros e explosões.

·        Teto: o teto também é blindado, protegendo contra ameaças provenientes do alto.

·        Vidros: os vidros são substituídos por vidros blindados, que oferecem proteção contra tiros e estilhaços.

Independentemente do caso, o objetivo é sempre criar uma “cápsula” de segurança para os ocupantes, mantendo a dirigibilidade e o conforto do veículo.

Quais são as tecnologias de blindagem?

Atualmente, a blindagem automotiva utiliza uma combinação de materiais avançados para garantir a máxima proteção sem comprometer a performance do veículo. Entre as tecnologias mais utilizadas estão:

·        Aço balístico: resistente e relativamente acessível. No entanto, aumenta o peso do carro e pode afetar o desempenho

·        Cerâmica balística: leve e eficaz contra projéteis, mas mais cara e frágil em comparação com o aço

·        Fibras de aramida: oferece excelente proteção com peso reduzido. Uma de suas principais características é a flexibilidade, podendo ser moldadas e adaptadas ao design dos carros

·        Vidros multilaminados: compostos por várias camadas de vidro e policarbonato, proporcionam transparência e resistência

·        Kevlar HA K260: novo material que combina leveza e alta resistência, 25% mais leve, 35% mais fino e 30% mais flexível que as tecnologias tradicionais. Usado para revestir toda a estrutura do carro

Nenhuma blindagem é feita exclusivamente com uma dessas tecnologias, mas sim um combinação delas. Cabe ao serviço de blindagem entender a necessidade do cliente e oferecer a melhor solução disponível para ele.

Quais são os níveis de blindagem no Brasil?

No Brasil, existem diferentes níveis de blindagem, classificados conforme os padrões de segurança:

1.  Nível I e I-A: protegem contra munições de pequeno calibre, como revólveres .22 e .38

2.  Nível II e II-A: oferecem proteção contra armas de maior calibre, como pistolas 9 mm e revólveres .357 Magnum

3.  Nível III-A: o mais comum, resiste a disparos de submetralhadoras 9 mm e revólveres .44 Magnum

4.  Nível III: de uso restrito, protege contra fuzis

5.  Nível IV: proibido para uso civil

Quantos dias leva para blindar um carro?

O tempo necessário para blindar um carro pode variar, mas geralmente leva de 7 a 15 dias, dependendo do tipo de carro e da empresa especializada.

Qualquer carro pode ser blindado?

Em teoria, qualquer carro pode ser blindado, principalmente porque não há qualquer restrição legal para que o serviço seja realizado.

Na prática, porém, há um consenso entre as mais de 70 empresas especializadas em atividade no Brasil sobre quando o cliente deve ou não blindar seu carro. Resumidamente, o serviço de proteção veicular não é recomendado para duas situações específicas, mas por motivos distintos:

1.  Carros fabricados há 10 anos ou mais: não é proibido blindar um carro com mais de 10 anos de uso, mas o cliente precisa saber que as peças que serão submetidas ao serviço já podem apresentar um desgaste maior, o que tornaria a blindagem menos recomendável

2.  Carros com motor pouco potente: modelos com motor pouco potente, como os 1.0 mais antigos, geralmente não suportam o peso adicional da blindagem, que varia de 200 a 800 quilos a mais, e isso requer que o veículo esteja preparado para ter um desempenho aceitável com tanta carga extra

Em qualquer situação, o mais importante é sempre buscar serviços de blindagem certificados e seguir as regulamentações locais para garantir a segurança e a legalidade do processo.

FONTE: Canaltech