O País registra 20 mil novas blindagens todos os anos.
O mercado de blindagem cresceu bastante no Brasil a partir de meados da década de 1990. Hoje, o País possui mais de 200 mil carros blindados, a maior frota do gênero do mundo, segundo a Abrablin. E o País registra 20 mil novas blindagens todos os anos, informa a entidade.
MAIOR PROCURA É PELOS SUVS
No Brasil, para ter um blindado de porte médio gasta-se em torno de R$ 65 mil. Entre os modelos mais blindados estão SUVs como Jeep Compass, Volkswagen Tiguan e Volvo XC60.
O processo de blindagem emprega aços especiais, vidros e polímeros de alta resistência. No Brasil, os níveis de blindagem seguem a norma de resistência balística NBR 15000, que obedece a padrões internacionais. A classificação leva em consideração o impacto do projétil contra a blindagem, tendo como base o calibre, o tipo de projétil, seu peso, velocidade média e quantidade de disparos feita durante os testes de homologação. Os níveis são divididos em uso permitido, restrito e proibido, de acordo com o poder de retenção das balas, e são determinados pelo Exército.
Nível III-A
O maior nível permitido no País (e o mais utilizado) é o III-A; Suporta até disparos de pistolas 9 mm e revólveres 44 Magnum.
A blindagem nível I resiste a disparos de calibre .38 ou .22. No caso da nível II-A, a blindagem suporta disparos de .357 Magnum e 9 mm. A nível II resiste aos mesmos projéteis, mas a uma velocidade maior (disparo a uma menor distância).
Há também a blindagem nível III, mas seu uso é restrito no Brasil. Assim como as demais, requer autorização do Exército. Ela resiste a disparos de fuzil, com calibre 7.62 ou 5.56. Resistente até a disparos de metralhadoras M60, com munição calibre .30, a nível IV é de uso exclusivo das Forças Armadas e chefes de Estado no País.
Blindar um veículo não é tarefa fácil. O serviço pode durar vários dias, dependendo do carro e da empresa. O modelo é totalmente desmontado e, então, é feita a aplicação dos materiais, como mantas de aramida e aços. Por fim, são colocados os vidros e os acabamentos. Até os pneus recebem cintas de aço ou de polímeros especiais. Caso ele seja atingido por um tiro, permite que o automóvel continue rodando.
Por causa do peso extra, o consumo de combustível tende a aumentar. Outra característica é que se deve evitar abrir e fechar os vidros com frequência, sob pena de comprometer o mecanismo.
CHINESES FORAM OS PRECURSORES
Estima-se que os chineses foram os primeiros a utilizar chapas de metal para reforçar seus navios de guerra. Mais tarde, Leonardo da Vinci criou o precursor dos atuais tanques de guerra. O blindado tinha estrutura recoberta de metal.
Já no século XX, em 8 de dezembro de 1941, o presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt foi ao Congresso declarar guerra aos países do Eixo em um Cadillac 1931 blindado. O carro havia pertencido a AlCapone, preso por evasão fiscal.
No Brasil, os primeiros blindados para uso civil surgiram nos anos 1950. Eram feitos pela Massari, uma empresa transportadora de valores. Em 1990, havia no País ao menos outras três grandes empresas: Inbra, G5 e O’Gara. Elas faziam menos de 30 adaptações por mês.

No ano passado, cerca de 34.402 veículos foram blindados no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin). Os números representam um crescimento de 17,4% em comparação com o ano de 2023. O aumento representa uma demanda de consumidores que buscam por uma maior segurança dentro dos automóveis. Como existe uma diversidade de empresas em atuação no Brasil, o Instituto da Qualidade Automotiva (IQA), em parceria com a Abrablin, lançaram um certificado de qualidade dessas blindagens. O selo de qualidade deve seguir um padrão confiável para que os consumidores saibam a quem recorrer na hora de realizar uma blindagem. “A certificação aborda a qualidade e conformidade dos materiais balísticos utilizados no processo de blindagem, como manta, aço e vidro balístico, que devem obrigatoriamente possuir a Certificação de Produtos Controlados pelo Exército (PCE)”, ressalta a organização. Vale pontuar que o IQA atua como certificadora designada pelo Exército do Brasil para conduzir este tipo de avaliação, seguindo as exigências estabelecidas pela Norma Regulamentadora ABNT NBR 15000. Segundo o gerente de Serviços Automotivos do IQA, Sergio Fabiano, a certificação é voluntária e visa garantir que a empresa forneça um produto que cumpra sua finalidade. No processo de certificação, a empresa que realiza a blindagem veicular é submetida a uma avaliação abrangente, que engloba desde a sua estrutura física e capacidade de produção até a conformidade com normas de segurança e regulamentações. Aspectos como o processo de fabricação, disponibilidade de autorização para funcionamento, os equipamentos e tecnologias empregadas, bem como aquisição de materiais balísticos que passaram por testes realizados nos produtos finais para verificar sua resistência balística e outras características de segurança. FONTE: ABRABLIN