Desblindagem do carro ganha espaço, mas pode sair mais caro que blindar

QUATRO RODAS • 19 de fevereiro de 2021

Processo de desblindagem tem se tornado frequente, mas é um serviço complexo e tão caro quanto a blindagem. Veja se vale a pena 

Ao mesmo tempo que o segmento cresce entre 20 e 25% ao ano, um movimento de “desblindagem” começa a ganhar relevância. Só que esse processo de reversão não é nada simples. Tampouco barato. 
A desblindagem é até recente, mas a demanda por esse serviço tem se tornado comum. São donos de modelos seminovos blindados que querem devolver as características originais do carro, seja pelo peso extra que afeta o desempenho e o consumo, seja pelo custo elevado do seguro, pela dificuldade de revender o carro, uma vez que um blindado tem menor procura ou simplesmente pela falta de manutenção da blindagem. 
Sim, veículo à prova de bala deve fazer revisões periódicas a cada 15.000 km, em média, especialmente dos vidros.  
Porém, nada é tão simples quanto o prefixo “des” sugere. O processo de desblindagem é mais complicado até do que a blindagem em si. É preciso desfazer soldas e reforços que o veículo recebeu em partes da carroceria, como tampas do capô e do porta-malas, e em componentes, como freios e suspensão. Ou seja, o carro que foi adaptado corretamente terá todos os parâmetros alterados novamente. 
Além disso, a lataria pode ter sido reforçada com placas de aço, que são coladas e aparafusadas – no caso de o material ser aramida é mais simples, pois é apenas colado. Além de desaparafusar, será preciso encontrar um meio de “tapar” ou esconder os vestígios que vão ficar. 
Há pontos ainda mais críticos para o serviço de reversão. As portas são preparadas para receber os vidros grossos. 
Ao colocar janelas normais e finas, ficarão frestas nas portas, que terão de ser readaptadas – é preciso ter equipamento adequado e mão de obra especializada para tal. Em alguns modelos de carros, no processo de retirada da blindagem é preciso até comprar portas e vidros originais.

 

“Há coisas que são difíceis de reverter, como o alargamento da porta, ou alguns cortes para o vidro que não vão encaixar. É um serviço complexo e que não é garantido que vai ficar perfeito”, alerta Marcelo Christiansen, presidente da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin).”


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No ano passado, cerca de 34.402 veículos foram blindados no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin). Os números representam um crescimento de 17,4% em comparação com o ano de 2023. O aumento representa uma demanda de consumidores que buscam por uma maior segurança dentro dos automóveis. Como existe uma diversidade de empresas em atuação no Brasil, o Instituto da Qualidade Automotiva (IQA), em parceria com a Abrablin, lançaram um certificado de qualidade dessas blindagens. O selo de qualidade deve seguir um padrão confiável para que os consumidores saibam a quem recorrer na hora de realizar uma blindagem. “A certificação aborda a qualidade e conformidade dos materiais balísticos utilizados no processo de blindagem, como manta, aço e vidro balístico, que devem obrigatoriamente possuir a Certificação de Produtos Controlados pelo Exército (PCE)”, ressalta a organização. Vale pontuar que o IQA atua como certificadora designada pelo Exército do Brasil para conduzir este tipo de avaliação, seguindo as exigências estabelecidas pela Norma Regulamentadora ABNT NBR 15000. Segundo o gerente de Serviços Automotivos do IQA, Sergio Fabiano, a certificação é voluntária e visa garantir que a empresa forneça um produto que cumpra sua finalidade. No processo de certificação, a empresa que realiza a blindagem veicular é submetida a uma avaliação abrangente, que engloba desde a sua estrutura física e capacidade de produção até a conformidade com normas de segurança e regulamentações. Aspectos como o processo de fabricação, disponibilidade de autorização para funcionamento, os equipamentos e tecnologias empregadas, bem como aquisição de materiais balísticos que passaram por testes realizados nos produtos finais para verificar sua resistência balística e outras características de segurança.  FONTE: ABRABLIN
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