SÃO PAULO GANHOU QUASE DOIS CARROS BLINDADOS POR HORA NESTE ANO

18 de julho de 2023

Foram 3,4 mil veículos novos com a proteção neste trimestre pelas ruas da capital, alta de 57%


O número de carros blindados teve alta expressiva na capital paulista neste primeiro trimestre de 2023. Comparado ao mesmo período do ano passado, o crescimento foi de 57%, chegando a 3.484 novos automóveis com a proteção entre janeiro e março deste ano. O número significa quase dois novos blindados por hora nas ruas da cidade. Os dados foram fornecidos à reportagem pelo Detran (Departamento Estadual de Trânsito) de São Paulo.

Segundo a Abrablin (Associação Brasileira de Blindados), São Paulo é a cidade brasileira com mais carros blindados. Ao todo, são 116 mil veículos na capital paulista, segundo o Detran-SP. Em todo o país, a Abrablin conta ao menos 360 mil.

A alta de carros com proteção às balas acompanha o aumento da insegurança em São Paulo. Dados da SSP (Secretaria de Segurança Pública) mostram crescimento de 15,2% dos furtos e 3,9% dos roubos neste primeiro trimestre.

Ao todo, foram 110 mil crimes como furtos, roubos, furtos de veículos e roubos de veículos entre janeiro e março deste ano ante 100 mil em 2022.

Motivos para blindar o veículo

A insegurança foi um dos motivos que fez o administrador Antonio de Souza procurar o primeiro blindado. Em 2017, sua filha foi vítima de um assalto. O episódio fez com que ele trocasse o carro para um modelo mais simples, mas com blindagem.

"Depois daquele episódio, não consegui mais pegar o carro. Eu dirigia e olhava para o lado, via a cara do bandido, via minha filha se defendendo… Então comecei com um carro blindado muito antigo, desfiz de um carro bacana e peguei um carro simples por mais segurança", conta ele.

O vendedor Junior Ribeiro, da Iron Blindados, na região da Barra Funda, zona oeste, conta que os clientes procuram o serviço especialmente após um primeiro episódio de violência.

"Depois de um sequestro, de um roubo e de um tiro, por exemplo, a pessoa quer blindar o veículo. Algumas vendem um apartamento ou ficam com uns carros a menos para ter esse blindado. Cada vez mais classes sociais têm aderido, não é mais uma coisa dos super ricos.”

Ribeiro reforça que nunca houve crise para o setor, especialmente porque não faltam clientes em busca da proteção. Há oito meses, o estabelecimento contava apenas com um galpão de blindagem. Com a alta procura, foi preciso alugar um segundo galpão, logo ao lado, para dar conta da demanda. E a expectativa da loja, para os próximos meses, é de mais clientes.

Para o empresário Roberto Rodrigues, 70 anos, a blindagem traz segurança para andar com os netos no banco de trás.

"Não tem dinheiro que pague pela sua vida. Segundo, há quatro anos, a blindagem era muito cara e os parcelamentos não tão acessíveis assim. Hoje, está muito fácil, eles parcelam… Não tem preço que pague o custo-benefício"

Custando em média R$ 70 mil, as blindagens oferecidas no Brasil são as do tipo 3-a, resistente a todos os calibres de armas de mão, inclusive submetralhadoras 9mm e o famoso calibre .44 Magnum. Também não há restrições para a blindagem de um automóvel, mas a recomendação é de carros com motores a partir de 1.6 cilindradas. A blindagem máxima, do tipo 5-a, só é oferecida para carros do exército e chefes de Estado.

Segurança vai além da blindagem

Para o advogado e gerente de projetos do Instituto Sou da Paz, Bruno Langeani, o aumento de carros blindados pode trazer uma falsa sensação de insegurança para o usuário, já que episódios de violência também podem acontecer durante embarques e desembarques dos passageiros.

"Por mais que haja um efeito de uma sensação maior de segurança de conseguir evitar alguns tipos de crime, como, por exemplo, esse estouro do vidro para pegar o celular, essas pessoas não estão garantindo uma segurança ideal. Porque essa segurança só é possível a partir de uma perspectiva coletiva, com políticas públicas melhores com policiamento mais bem feito e com planejamento", explica.

Para Langeani, também é preciso pensar em quem fica "à merce da própria sorte."



Fonte: Orbi Band Uol


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No ano passado, cerca de 34.402 veículos foram blindados no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin). Os números representam um crescimento de 17,4% em comparação com o ano de 2023. O aumento representa uma demanda de consumidores que buscam por uma maior segurança dentro dos automóveis. Como existe uma diversidade de empresas em atuação no Brasil, o Instituto da Qualidade Automotiva (IQA), em parceria com a Abrablin, lançaram um certificado de qualidade dessas blindagens. O selo de qualidade deve seguir um padrão confiável para que os consumidores saibam a quem recorrer na hora de realizar uma blindagem. “A certificação aborda a qualidade e conformidade dos materiais balísticos utilizados no processo de blindagem, como manta, aço e vidro balístico, que devem obrigatoriamente possuir a Certificação de Produtos Controlados pelo Exército (PCE)”, ressalta a organização. Vale pontuar que o IQA atua como certificadora designada pelo Exército do Brasil para conduzir este tipo de avaliação, seguindo as exigências estabelecidas pela Norma Regulamentadora ABNT NBR 15000. Segundo o gerente de Serviços Automotivos do IQA, Sergio Fabiano, a certificação é voluntária e visa garantir que a empresa forneça um produto que cumpra sua finalidade. No processo de certificação, a empresa que realiza a blindagem veicular é submetida a uma avaliação abrangente, que engloba desde a sua estrutura física e capacidade de produção até a conformidade com normas de segurança e regulamentações. Aspectos como o processo de fabricação, disponibilidade de autorização para funcionamento, os equipamentos e tecnologias empregadas, bem como aquisição de materiais balísticos que passaram por testes realizados nos produtos finais para verificar sua resistência balística e outras características de segurança.  FONTE: ABRABLIN
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