Super-resistente: veja como vidros blindados conseguem resistir a projéteis

11 de janeiro de 2024

Carros blindados estão por aí há algum tempo - e, no Brasil, são um mercado cada vez mais procurado devido à (in)segurança pública. Mas como essa tecnologia protege as pessoas que estão no interior dos veículos? De acordo com a Abrablin (Associação Brasileira de Blindagem), o Brasil é o maior mercado de blindagens automotivas do mundo.

Um dos itens cruciais para a segurança de um veículo blindado são os vidros. Afinal, é preciso que eles sejam capazes de resistir a impactos de projéteis de diversos calibres e, mesmo assim, precisam manter a transparência para que o carro possa ser conduzido no dia a dia.

O vidro blindado é, na verdade, um "sanduíche" que envolve, além de vidro comum em si, materiais como polivinil butiral (um tipo de borracha), policarbonato (um plástico muito resistente) e poliuretano (outra borracha). Cada fabricante de blindagem combina esses materiais de maneira diferente, mas o intuito é sempre o mesmo: aumentar a resistência do vidro. Conforme cada "receita", o vidro é mais ou menos resistente.

Para que o vidro blindado seja construído, os fabricantes empilham camadas dos materiais citados, embalam esse "sanduíche" a vácuo e levam-no para uma autoclave, que é uma espécie de panela de pressão industrial. Esse "cozimento" se dá com temperaturas e pressões extremamente controladas e faz com que os materiais se fundam. O resultado é o vidro blindado. O processo de fabricação é similar tanto para vidros utilizados em carros quanto para outras aplicações.

Como os vidros blindados são capazes de parar projéteis? A construção de vidros blindados é feita levando em consideração a função de cada camada. A mais externa deve ser a mais dura, já que recebe maior quantidade de energia e fragmenta projéteis. Já a segunda camada é a responsável por absorver essa energia, por isso há o uso de borracha. Novamente, cada fabricante utiliza uma receita distinta para obter resultados satisfatórios.

Um vidro danificado mantém a mesma eficiência? Não. Caso um vidro blindado seja danificado por um projétil ou outro tipo de impacto e surjam rachaduras, o ideal é que ele seja substituído, já que o dano pode comprometer a capacidade do material de absorver novos impactos. Um vidro blindado tem prazo de validade?

Ainda que haja a estimativa de que vidros levem até um milhão de anos para se decomporem, no caso de vidros blindados é recomendado que seja feita uma revisão frequente para garantir que eles estejam com sua integridade preservada. Isso é ainda mais relevante no caso de vidros automotivos, uma vez que eles sofrem torções e vibrações e é comum que, com o passar dos anos, suas camadas se descolem e acabem comprometendo o nível de proteção.

Esses vidros podem resistir a qualquer tipo de impacto? Depende da especificação. No caso de uso civil, a categoria III-A é a mais resistente, podendo suportar até cinco disparos de projéteis .44 Magnum. Já no caso de blindagens de uso restrito do Exército, caso da categoria III, a resistência é de até cinco disparos de projéteis de fuzis como o AK-47, o FAL e o AR15.


Fonte uol.com

11 de setembro de 2025
No ano passado, cerca de 34.402 veículos foram blindados no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin). Os números representam um crescimento de 17,4% em comparação com o ano de 2023. O aumento representa uma demanda de consumidores que buscam por uma maior segurança dentro dos automóveis. Como existe uma diversidade de empresas em atuação no Brasil, o Instituto da Qualidade Automotiva (IQA), em parceria com a Abrablin, lançaram um certificado de qualidade dessas blindagens. O selo de qualidade deve seguir um padrão confiável para que os consumidores saibam a quem recorrer na hora de realizar uma blindagem. “A certificação aborda a qualidade e conformidade dos materiais balísticos utilizados no processo de blindagem, como manta, aço e vidro balístico, que devem obrigatoriamente possuir a Certificação de Produtos Controlados pelo Exército (PCE)”, ressalta a organização. Vale pontuar que o IQA atua como certificadora designada pelo Exército do Brasil para conduzir este tipo de avaliação, seguindo as exigências estabelecidas pela Norma Regulamentadora ABNT NBR 15000. Segundo o gerente de Serviços Automotivos do IQA, Sergio Fabiano, a certificação é voluntária e visa garantir que a empresa forneça um produto que cumpra sua finalidade. No processo de certificação, a empresa que realiza a blindagem veicular é submetida a uma avaliação abrangente, que engloba desde a sua estrutura física e capacidade de produção até a conformidade com normas de segurança e regulamentações. Aspectos como o processo de fabricação, disponibilidade de autorização para funcionamento, os equipamentos e tecnologias empregadas, bem como aquisição de materiais balísticos que passaram por testes realizados nos produtos finais para verificar sua resistência balística e outras características de segurança.  FONTE: ABRABLIN
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