Teste de blindagem: vimos de perto o tiroteio que atesta a qualidade

18 de janeiro de 2024

Para saber se um carro é realmente seguro ou não, é comum vermos os famosos crash tests, que avaliam todos os recursos de segurança. Mas mesmo com os recursos mais modernos, os veículos ainda são vulneráveis aos assaltos, principalmente contra disparos de arma de fogo. 

A resposta para esse problema não é segredo para ninguém: a blindagem. Mas você sabe como ela é feita e como são testados os veículos que passam por esse processo? À convite da blindadora Carbon, parceira oficial da Volvo, pudemos acompanhar a fase final da validação de blindagem dos modelos XC40, C40 e do EX30, que ainda nem foi lançado do Brasil.

Antes de mais nada, vamos explicar como é feita a blindagem. No caso dos veículos da Volvo, a Carbon utiliza três tipos de materiais. O primeiro é o aço inox de alta resistência, o mais comum e barato do mercado. Além dele, também é utilizado a aramida, uma fibra sintética ultra resistente que também é encontrada nos coletes a prova de bala. Por último, há o polietileno, um material sintético e muito leve. 

Para a blindagem ser bem-feita, é necessário utilizar pelo menos dois desses materiais. A aramida, por ser um tecido, tende a se dobrar nas  bordas ao receber algum disparo, dependendo do ângulo. Por isso, é necessário utilizar um segundo material, como o aço ou o polietileno,  para evitar essas dobras e garantir total segurança dessas áreas mais vulneráveis. 

Já o polietileno, normalmente também recebe um revestimento de aramida. Mas nesse caso, ele serve para ajudar a fixar e colar as placas, já que o material possui baixa rugosidade. 


No caso do aço e do polietileno, os dois materiais têm função semelhante, por isso, o cliente escolhe qual dos dois vai querer no seu carro. As principais diferenças estão no peso e no preço, com o aço sendo mais pesado e barato. 

Mas isso é válido apenas para a proteção da carroceria, para os vidros a história é outra. Nesse caso, a blindagem é feita com várias camadas de um vidro de alta resistência e resina. Todo esse “sanduíche” ainda passa por uma espécie de forno que vai garantir que todas as camadas fiquem unidas e grudadas. 

O processo também ajuda a fazer a curvatura dos vidros. De acordo com a Carbon, existem modelos que possuem até 7 formas diferentes, cada uma para uma versão, já que as curvaturas e o formato dos para-brisas nem sempre são iguais. 


Um detalhe que pode também causar essa diferenciação são os equipamentos, como sensores de chuva, lidares, radares e câmeras. Quando um modelo possui esses recursos, geralmente, a área onde estão localizados esses equipamentos não é protegida por vidro balístico e o carro recebe uma proteção por trás, evitando que o projétil entre na cabine. 


Isso porque as camadas grossas de vidro podem atrapalhar no funcionamento desses sensores. Então para garantir que todos os recursos do carro vão continuar funcionando, esses equipamentos ficam desprotegidos.

A blindagem também pode afetar o funcionamento de equipamentos como o airbag, por exemplo. Por isso é importante procurar uma blindadora certificada pela montadora do seu carro. Só assim existe 100% de certeza que, mesmo com as camadas de proteção, os equipamentos de segurança vão continuar funcionando perfeitamente. 


Preparar, apontar, fogo!

Se você achou que para testar uma blindagem é necessário dar tiros nos carros, então está correto. Fomos até a Companhia Brasileira de Cartuchos, para acompanhar os últimos disparos que foram feitos contra os três modelos elétricos da Volvo. 

Todos os eles já estavam bem acabados, mas não era para menos. Ao todo, foram disparados 1.500 tiros, cerca de 500 em cada um. A blindagem dos carros é do tipo III-A, a mais “forte” disponível para uso civil no Brasil. Níveis superiores são restritos para uso militar e de veículos de autoridades. 

Mas não pense que seja pouca coisa. O tipo III-A é capaz de parar projéteis de 9mm e de Magnum .44, que segundo a Carbon, são os calibres mais encontrados em casos de violência urbana. 

Para garantir total eficiência, os testes vão um pouco além. Em um caso de assalto, o mais comum é que os bandidos utilizem pistolas. Mas nos estes, os atiradores dispararam com fuzis e espingardas, que graças ao cano mais longo, conseguem aumentar a velocidade dos projéteis, aumentando assim a força do impacto. 

As balas chegam a uma velocidade de 426 m/s e são disparadas a uma distância de exatos 5 m. Partes mais vulneráveis, como os vãos de portas, são as mais alvejadas, justamente para garantir que nada vai passar entre essas frestas. 

Outro ponto importante é o ângulo dos disparos. Como todo tecido, a aramida também possui tramas, que podem ser desfeitas mais facilmente de acordo com o ângulo em que ela é acertada. Logo é necessário testar o impacto vindo de diferentes direções, para ter certeza que ela não será atravessada facilmente. 


A bateria é uma grande preocupação, afinal se algo perfurá-la, o risco de incêndio e explosões é bem grande. Por isso elas são retiradas durante os testes. Não existe uma blindagem para esse componente, já que o revestimento pode aumentar a temperatura no interior das células e prejudicar seu funcionamento. 


Mas no geral, o fato delas serem instaladas no assoalho do carro, já garante um certo nível de proteção. O que é feito é uma proteção para garantir que nenhum estilhaço penetre a bateria, por isso ela é substituída por uma estrutura falsa, que permite aos avaliadores verem se algo consegue penetrar ali. 

Se ainda assim você não se sente seguro, fique sabendo que as baterias de carros elétricos, no geral, passam pelo chamado teste do prego, que como o nome sugere, consiste em furar a bateria com um prego para saber sua resistência. Para ser considerada segura, ela não deve apresentar nenhum vazamento de gás tóxico ou princípio de incêndio nos primeiros cinco minutos, pelo menos. 

Como um bônus, ainda teve um teste extra. De uma altura de 10 metros, foi arremessado um pedregulho de 10 kg em cima dos carros. 

Esse não é um teste oficial, afinal, a blindagem garante proteção apenas contra armas de fogo, mas serviu para comprovar a resistência da proteção até mesmo nessas situações, que infelizmente são comuns no Brasil. 



FONTE: QUATRO RODAS



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Blindagens automotivas crescem com a criminalidade, impulsionando recorde no Brasil em 2025. 
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De acordo com Romulo dos Santos Gonçalves, CEO da RM Rental, empresa do setor de aluguel de carros blindados, a blindagem automotiva tem se tornado uma solução cada vez mais buscada por aqueles que desejam aumentar sua segurança no trânsito. Com o avanço das tecnologias, o setor de blindagem automotiva tem visto mudanças significativas, tanto em termos de materiais quanto de processos. Este artigo explora como as novas tecnologias estão influenciando os custos de blindagem, oferecendo um panorama sobre a eficiência e a acessibilidade desses serviços. Como os novos materiais afetam os custos de blindagem? Os avanços em materiais têm desempenhado um papel crucial na transformação da blindagem automotiva. Tradicionalmente, os veículos blindados utilizavam aço balístico pesado, o que aumentava significativamente o peso do carro e, consequentemente, seu consumo de combustível. Com o desenvolvimento de materiais mais leves, como os polímeros e as fibras de aramida, a eficiência do veículo é melhorada, reduzindo os custos operacionais a longo prazo. Além disso, esses novos materiais não apenas oferecem a mesma ou até maior proteção que os materiais tradicionais, mas também são mais fáceis de trabalhar, o que reduz o tempo de instalação. Segundo pontua o empresário Romulo dos Santos Gonçalves, o resultado é uma diminuição nos custos de mão de obra e, por extensão, no custo total da blindagem. A inovação em materiais também permite que o processo de blindagem seja mais sustentável e menos agressivo ao meio ambiente. Quais tecnologias de produção estão reduzindo os custos? A automação e a digitalização dos processos de produção têm sido grandes aliadas na redução dos custos de blindagem automotiva. Máquinas de corte a laser e impressão 3D, por exemplo, permitem a fabricação de peças com precisão milimétrica, minimizando o desperdício de material e reduzindo o tempo de produção. Essas tecnologias aumentam a eficiência do processo e, como consequência, reduzem os custos operacionais, como ressalta o CEO Romulo dos Santos Gonçalves. Além disso, o uso de softwares avançados de design e simulação permite que os engenheiros criem modelos digitais detalhados do veículo blindado antes mesmo de iniciar a produção. Isso possibilita a identificação de possíveis falhas e a otimização do projeto, evitando retrabalhos e desperdícios, que são fatores significativos no custo final. Como as tecnologias de monitoramento e manutenção influenciam os custos? As tecnologias de monitoramento e manutenção preditiva têm revolucionado a forma como a blindagem automotiva é gerida ao longo de seu ciclo de vida. Outra inovação importante é o uso de dados e análise avançada para otimizar a manutenção. Sistemas de telemetria fornecem informações detalhadas sobre o desempenho e o estado dos veículos blindados, permitindo que as intervenções sejam feitas de forma mais precisa e eficiente. Essa abordagem baseada em dados não só reduz os custos de manutenção, mas também aumenta a confiabilidade e a segurança dos veículos, como enfatiza Romulo dos Santos Gonçalves, empresário entendedor do assunto. Conclusão O impacto das novas tecnologias no custo da blindagem automotiva é significativo e multifacetado. Desde a utilização de materiais avançados e técnicas de produção automatizadas até o monitoramento inteligente e manutenção preditiva, cada inovação contribui para tornar a blindagem mais eficiente e acessível. A adoção dessas tecnologias promete não apenas reduzir os custos, mas também melhorar a qualidade e a eficiência dos serviços de blindagem automotiva. Fonte Jornal a Verdade
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