Blindagem de carros elétricos: o que acontece com as baterias?

23 de maio de 2024

Durante o teste de eficiência da blindagem, as baterias participam de formas distintas das avaliações. Veja como é feito

A blindagem tem como principal objetivo proteger primeiramente os ocupantes e, caso seja possível, os principais componentes do veículo. Com o crescimento das vendas de carros elétricos, uma nova preocupação surge nesse sentido: Como são ou não protegidas as baterias? O que muda na blindagem? É exatamente isso que vamos responder.

Geralmente localizadas no assoalho dos carros, as baterias são responsáveis por gerar a energia que vai tracionar os motores elétricos e fazer o carro rodar. Por isso, trata-se de um componente vital para circulação dos elétricos. O problema é que o local em que elas estão trazem uma vulnerabilidade de proteção.

Claro que as montadoras já revestem os assoalhos dos elétricos com uma proteção para que elas não fiquem expostas. Entretanto, fica a dúvida do que acontece no caso desse abrigo ser atingido de forma mais incisiva por algo perfurante ou até mesmo um disparo de arma de fogo.

Pensando nisso, a Mobiauto consultou a Carbon, empresa especialista em blindagem veicular e credenciada pela Volvo para testes de balística em carros da marca sueca.


Como é feita a blindagem de um carro elétrico?


Os veículos elétricos por si só já exigem um protocolo diferente antes mesmo da blindagem. Para o teste da eficiência dos materiais de proteção, Michel Haddad, Chief Automotive OEM Relations & Sales Intelligence Officer da Carbon, explicou que existem duas fases:

“No teste balístico, o veículo é submetido a aproximadamente 600 tiros para avaliar a resistência da blindagem e antes disso o carro é desenergizado e as baterias são removidas para garantir a segurança. Esta remoção é realizada por profissionais especializados da Carbon, em parceria com a montadora do veículo”, afirma o diretor.

“Já no teste automotivo, que é um teste dinâmico de rodagem, o carro é avaliado com a bateria instalada para assegurar que todas as funcionalidades do veículo estejam operando corretamente”, completa.


Quanto custa blindar um carro elétrico?


O projeto de blindagem depende do modelo e versão de cada veículo, pois isso vai determinar o que será empregado nas áreas protegidas. Além disso, outra variável é a escolha dos materiais que serão usados.

Uma das matérias-primas de alta performance é o Tensylon, material de polietileno com peso menor do que outros materiais, mas com alto poder de eficiência protetiva. Nesse caso, o ganho do proprietário vai além e reflete no desgaste dos componentes e consumo de energia.

Para se ter uma ideia do custo, o proprietário não vai investir menos do que R$ 100.000 para blindagem. Essa média é válida para a blindagem III-A, nível de proteção máxima permitida pela legislação. Acima disso, somente com autorização das Forças Armadas.

O diretor da Carbon, Michel Haddad destaca também que esse valor pode passar facilmente dos R$ 160.000 dependendo das preferências do cliente por materiais ultraleves e acessórios adicionais.

“Essas escolhas personalizadas podem influenciar o custo final da blindagem, refletindo o nível de customização e a qualidade dos materiais utilizados”, finalizou.


Qual a diferença de blindagem carro elétrico x combustão?


O aspecto que diferencia a blindagem de carros elétricos e a combustão está justamente ligado à bateria. Antes do processo, os elétricos precisam passar pela etapa de desenergização, ou seja, desconexão das baterias. Após a instalação dos materiais protetivos, o veículo passa pela reenergização.

“Os sistemas elétricos são reconectados e submetidos a testes rigorosos para garantir que a funcionalidade do veículo seja completamente restaurada, mantendo a performance e segurança originais”, cita Haddad.


Posição da bateria indica vulnerabilidade


Como já foi dito, a blindagem tem como principal função proteger os ocupantes do veículo. Dessa forma, locais como o assoalho não estão na lista de prioridades das marcas blindadoras. Por outro lado, Haddad explica que, caso as baterias estejam alocadas em áreas blindadas dos veículos, a proteção contra armas de fogo estará garantida.

“Em situações em que as baterias estão posicionadas nas áreas blindadas do veículo, elas estarão protegidas contra disparos de armas de fogo da mesma forma que os ocupantes. É importante notar que a proteção específica das baterias contra outros riscos, como incêndios, depende da construção e do design do próprio veículo”, destaca.

O diretor acrescenta ainda: “Essas baterias, localizadas geralmente na parte inferior do veículo, já possuem sistemas de proteção integrados. A blindagem adiciona uma camada de segurança balística, reforçando a proteção contra projéteis que podem atingir o carro pelas laterais ou pela parte superior do habitáculo.”

Vale lembrar que, em testes balísticos realizados pela Carbon, as baterias são retiradas. Portanto, a eficiência protetiva das geradoras de energia para o motor elétrico ainda fica sob responsabilidade das montadoras.



FONTE: Mobiauto






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No ano passado, cerca de 34.402 veículos foram blindados no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin). Os números representam um crescimento de 17,4% em comparação com o ano de 2023. O aumento representa uma demanda de consumidores que buscam por uma maior segurança dentro dos automóveis. Como existe uma diversidade de empresas em atuação no Brasil, o Instituto da Qualidade Automotiva (IQA), em parceria com a Abrablin, lançaram um certificado de qualidade dessas blindagens. O selo de qualidade deve seguir um padrão confiável para que os consumidores saibam a quem recorrer na hora de realizar uma blindagem. “A certificação aborda a qualidade e conformidade dos materiais balísticos utilizados no processo de blindagem, como manta, aço e vidro balístico, que devem obrigatoriamente possuir a Certificação de Produtos Controlados pelo Exército (PCE)”, ressalta a organização. Vale pontuar que o IQA atua como certificadora designada pelo Exército do Brasil para conduzir este tipo de avaliação, seguindo as exigências estabelecidas pela Norma Regulamentadora ABNT NBR 15000. Segundo o gerente de Serviços Automotivos do IQA, Sergio Fabiano, a certificação é voluntária e visa garantir que a empresa forneça um produto que cumpra sua finalidade. No processo de certificação, a empresa que realiza a blindagem veicular é submetida a uma avaliação abrangente, que engloba desde a sua estrutura física e capacidade de produção até a conformidade com normas de segurança e regulamentações. Aspectos como o processo de fabricação, disponibilidade de autorização para funcionamento, os equipamentos e tecnologias empregadas, bem como aquisição de materiais balísticos que passaram por testes realizados nos produtos finais para verificar sua resistência balística e outras características de segurança.  FONTE: ABRABLIN
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