Blindagem de carros: o que você precisa saber sobre valores e regras

25 de janeiro de 2024

No Brasil, apenas empresas certificadas pelo Exército podem blindar veículos


O desejo por mais segurança no trânsito é a principal causa para a busca pela blindagem de carros no Brasil. No primeiro semestre de 2023, 13,9 mil veículos foram submetidos ao procedimento no País, segundo dados da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), responsável por 80% do mercado.

São Paulo lidera a lista dos estados que mais buscam o serviço, com 11,8 mil automóveis blindados no período. Em seguida, o Rio de Janeiro (834), Ceará (521), Pernambuco (313) e Rio Grande do Sul (220). Ainda de acordo com a Abrablin, as marcas que mais aparecem são Toyota (16,7%), Jeep (13,6%), Volkswagen (12,4%), BMW (9,8%) e Volvo (6,8%).

Para o engenheiro mecânico e automotivo, Júlio Câmara, quem opta pela blindagem deve se atentar às regras necessárias para a garantia da proteção do veículo. É importante ressaltar que as empresas precisam ser regularizadas pelo Exército Brasileiro. Já no caso da compra de carros blindados usados, o automóvel deve ser avaliado de forma cuidadosa a fim de verificar se o procedimento foi feito da forma correta.

“A principal vantagem da blindagem é a segurança. Portanto, vale evitar o vidro aberto porque a pessoa fica exposta. Inclusive, é mais adequado que o motorista tenha um treinamento para agir em situações de risco”, destaca.

Além disso, algumas questões precisam ser consideradas antes da escolha, como o tipo da blindagem e custos relacionados à manutenção do veículo. Câmara explica que a blindagem III-A é a mais recomendada para a população em geral, pois resiste às armas de maior porte – as mais usadas em tentativas de assalto, de acordo com o especialista.

“A blindagem III-A resiste à armas portáteis pequenas, como pistola, revólver, armas mais comuns em assalto, por exemplo. Nesse tipo de blindagem, vidros resistentes à bala são instalados nos vidros e na parte opaca do carro (lateral, traseira, teto) é usado um material chamado aramida, que é uma fibra sintética. Esse material resiste a impactos e, em alguns pontos do carro, são colocados chapas de metal, produzidas em aço balístico”, aponta.



Procedimento

Para a blindagem, o veículo passa por uma avaliação prévia antes de ser completamente desmontado. A partir disso, o procedimento pode levar de 30 a 60 dias para ser finalizado. O especialista diz que o tamanho e as características do carro podem influenciar no prazo estabelecido pela empresa. A princípio, todos os carros podem ser submetidos ao processo, entretanto, o recurso é mais recomendado para automóveis com suspensão mais elevada.

“A blindagem pode ser feita em qualquer carro, mas isso traz algumas consequências. O carro vai ficar mais pesado e, consequentemente, terá o maior desgaste em componentes de suspensão, pneus, maior consumo de combustível. Ou seja, a manutenção precisa ser mais frequente”, diz. Ele destaca ainda que veículos SUB suportam melhor a blindagem.

Feito o procedimento, o veículo pode ter um aumento entre 160 kg e 200 kg de peso. Em relação aos valores, Câmara afirma que depende do tipo de blindagem escolhida. No caso da III-A, que é mais recomendada, a exemplo do modelo Sedan, os custos variam entre R$ 70 e 80 mil.


Regras

Conforme a portaria 55, do Comando Logístico (Colog) do Exército, há seis níveis de blindagem, mas apenas quatro são autorizados para uso civil no País. São elas: I (resiste a projéteis calibre .22 e .38); II-A e II (pistolas 9 mm e revólveres .357 Magnum); III-A (submetralhadoras 9 mm e revólveres .44 Magnum).

Para contratar a blindagem do veículo, o proprietário deve apresentar os seguintes documentos: Certificado de Registro de Veículo (CRV) ou Certificado de Licenciamento Anual (CRLV); documento de identidade (RG) ou Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e comprovante de residência.

Já a pessoa jurídica deve providenciar: Certificado de Registro de Veículo (CRV) ou Certificado de Licenciamento Anual (CRVL); contrato social; registro na Junta Comercial; documento de identidade do representante legal da empresa (RG) ou Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e comprovante de residência do representante legal. Além dos documentos, é necessário pagar uma taxa para o Exército, elaborar uma Declaração de Idoneidade para assinatura do contrato e solicitar o atestado de antecedentes criminais.

Após o início da blindagem, o cliente deve solicitar o Certificado de Registro junto ao Exército. Ao concluir o procedimento, a empresa blindadora gera o Termo de Responsabilidade, que descreve os materiais usados no processo, o nível de resistência e a validade da proteção balística.


FONTE: ESTADÃO.COM



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No ano passado, cerca de 34.402 veículos foram blindados no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin). Os números representam um crescimento de 17,4% em comparação com o ano de 2023. O aumento representa uma demanda de consumidores que buscam por uma maior segurança dentro dos automóveis. Como existe uma diversidade de empresas em atuação no Brasil, o Instituto da Qualidade Automotiva (IQA), em parceria com a Abrablin, lançaram um certificado de qualidade dessas blindagens. O selo de qualidade deve seguir um padrão confiável para que os consumidores saibam a quem recorrer na hora de realizar uma blindagem. “A certificação aborda a qualidade e conformidade dos materiais balísticos utilizados no processo de blindagem, como manta, aço e vidro balístico, que devem obrigatoriamente possuir a Certificação de Produtos Controlados pelo Exército (PCE)”, ressalta a organização. Vale pontuar que o IQA atua como certificadora designada pelo Exército do Brasil para conduzir este tipo de avaliação, seguindo as exigências estabelecidas pela Norma Regulamentadora ABNT NBR 15000. Segundo o gerente de Serviços Automotivos do IQA, Sergio Fabiano, a certificação é voluntária e visa garantir que a empresa forneça um produto que cumpra sua finalidade. No processo de certificação, a empresa que realiza a blindagem veicular é submetida a uma avaliação abrangente, que engloba desde a sua estrutura física e capacidade de produção até a conformidade com normas de segurança e regulamentações. Aspectos como o processo de fabricação, disponibilidade de autorização para funcionamento, os equipamentos e tecnologias empregadas, bem como aquisição de materiais balísticos que passaram por testes realizados nos produtos finais para verificar sua resistência balística e outras características de segurança.  FONTE: ABRABLIN
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