Blindagem requer cuidados especiais com o automóvel

23 de janeiro de 2024

Carro com proteção extra preserva a integridade dos ocupantes, mas precisa de manutenção diferenciada

preocupação com a segurança ajudou a disseminar a blindagem automotiva. Apesar de oferecerem uma proteção extra para motoristas e passageiros, carrocerias cada vez mais reforçadas são caras e devem estar de acordo com alguns quesitos do projeto original do veículo, como ocupação máxima, bagagens e esforços do motor

Um dos maiores cuidados na hora de blindar o automóvel é escolher uma empresa especializada, confiável e devidamente habilitada a fazer o trabalho. Também é necessário ter em mente os pontos a seguir:


Possíveis riscos da blindagem automotiva


“O veículo recebe níveis de manta balística, que podem comprometer a estrutura da carroceria, o desempenho do motor e a vida útil da suspensão”, afirma Cléber Willian Gomes, professor de engenharia automotiva da FEI. “O carro ganha em torno de 200 quilos e, por isso, a blindagem deve considerar os limites dos sistemas e a estabilidade do veículo.”

Além disso, a blindagem pode colocar componentes
 vedações em risco. “Os modelos atuais possuem uma rede de comunicação que interliga todos os sistemas eletrônicos”, explica Gomes. “Se estiverem mal conectados, o veículo não vai funcionar direito.”

Dependendo da empresa que executa a blindagem, outros pontos são analisados, como a compatibilidade de materiais durante a lavagem, condições de condução segura e permissão junto ao Exército, que controla essa atividade. 


Regras sobre blindagem automotiva no Brasil



Segundo a Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), há cerca de 240 mil automóveis de passeio blindados rodando no País, 70% deles em São Paulo.

A portaria 55 do Comando Logístico (Colog) do Exército permite seis níveis de blindagem, mas só quatro são autorizados para uso civil:

  • I (resiste a projéteis calibre .22 e .38)
  • II-A e II (pistolas 9 mm e revólveres .357 Magnum)
  • III-A (submetralhadoras 9 mm e revólveres .44 Magnum)

Documentos para realizar a blindagem


Para contratar a blindagem do seu carro, o proprietário deve providenciar os seguintes documentos:

  • CRV (Certificado de Registro de Veículo) ou CRLV (Certificado de Licenciamento Anual)
  • Documento de identidade (RG ou CNH)
  • Comprovante de residência

Para pessoa jurídica:

  • CRV (Certificado de Registro de Veículo) ou CRLV (Certificado de Licenciamento Anual)
  • Contrato social
  • Registro na Junta Comercial
  • Documento de identidade do representante legal da empresa (RG ou CNH)
  • Comprovante de residência do representante legal

Além dos documentos, é necessário pagar uma taxa para o Exército, elaborar uma Declaração de Idoneidade para assinatura do contrato e solicitar o atestado de antecedentes criminais.

Depois de iniciada a blindagem, o cliente deve solicitar o Certificado de Registro junto ao Exército. E quando o automóvel estiver pronto, a empresa blindadora fornece o Termo de Responsabilidade, que descreve os materiais usados, o nível de resistência da proteção e a validade da proteção balística.


Manutenção do carro blindado

manutenção do carro blindado requer cuidados especiais. A começar pelas revisões dos processos de proteção balística, que variam conforme a blindadora. Pode ser anual, a cada quatro meses ou em intervalos de 15 mil quilômetros. 

“Lembre-se: mais pesado, o carro fica com a dinâmica alterada, consome mais combustível e seu comportamento dinâmico muda”, completa Gomes.


FONTE: MOBILIDADE ESTADÃO



11 de setembro de 2025
No ano passado, cerca de 34.402 veículos foram blindados no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin). Os números representam um crescimento de 17,4% em comparação com o ano de 2023. O aumento representa uma demanda de consumidores que buscam por uma maior segurança dentro dos automóveis. Como existe uma diversidade de empresas em atuação no Brasil, o Instituto da Qualidade Automotiva (IQA), em parceria com a Abrablin, lançaram um certificado de qualidade dessas blindagens. O selo de qualidade deve seguir um padrão confiável para que os consumidores saibam a quem recorrer na hora de realizar uma blindagem. “A certificação aborda a qualidade e conformidade dos materiais balísticos utilizados no processo de blindagem, como manta, aço e vidro balístico, que devem obrigatoriamente possuir a Certificação de Produtos Controlados pelo Exército (PCE)”, ressalta a organização. Vale pontuar que o IQA atua como certificadora designada pelo Exército do Brasil para conduzir este tipo de avaliação, seguindo as exigências estabelecidas pela Norma Regulamentadora ABNT NBR 15000. Segundo o gerente de Serviços Automotivos do IQA, Sergio Fabiano, a certificação é voluntária e visa garantir que a empresa forneça um produto que cumpra sua finalidade. No processo de certificação, a empresa que realiza a blindagem veicular é submetida a uma avaliação abrangente, que engloba desde a sua estrutura física e capacidade de produção até a conformidade com normas de segurança e regulamentações. Aspectos como o processo de fabricação, disponibilidade de autorização para funcionamento, os equipamentos e tecnologias empregadas, bem como aquisição de materiais balísticos que passaram por testes realizados nos produtos finais para verificar sua resistência balística e outras características de segurança.  FONTE: ABRABLIN
9 de setembro de 2025
Blindagem de veículos é fiscalizada pelo Exército e exige autorização antes do início do processo
4 de setembro de 2025
Nível mais usado é o que suporta disparos de pistola de até 9mm e revolveres 44 Magnum, considerada a maior arma de mão
Show More