Como as montadoras fazem a homologação de uma blindadora de carros

29 de outubro de 2024

Diversos testes atestam a qualidade do serviço no Brasil, que virou referência global no setor

O segmento de blindagem de veículos nunca esteve tão aquecido no Brasil. Apenas no primeiro semestre de 2024, nada menos do que 20.090 carros foram blindados no país.

Os números são do Exército Brasileiro, órgão responsável por fiscalizar o setor, e informados pela Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin). A previsão da entidade é que, neste ano, o setor bata o recorde registrado no ano passado, quando 29.296 veículos receberam proteção balística.

Com o aumento no interesse, várias montadoras já oferecem o serviço para seus clientes de forma que a blindagem não invalide a garantia de fábrica. Seja por meio da homologação ou certificação das blindadoras.

Carbon é, atualmente, a única blindadora homologada pela Volvo no mundo inteiro. Isso significa que todo veículo vendido pela marca com proteção balística em qualquer parte do planeta é blindado pela empresa no Brasil antes de ser enviado para onde o cliente está.

A blindagem é oferecida como um serviço atestado pela Volvo, que convocou uma parceira para homologar a blindagem antes de oferecê-la em mercados exigentes como o europeu.

“A Volvo precisa vender carros na Europa e lá as regras são muito rígidas. Então, para um veículo blindado poder ser vendido lá como original de fábrica, isso só foi possível com a interferência de uma empresa como a EDAG, que realizou diversos testes para atestar a qualidade da blindagem”, disse Guilherme Casellato, diretor industrial da Carbon.


EDAG realiza testes para homologar blindadoras

Quem coordena esse trabalho em conjunto com as montadoras é Martin Vollmer, diretor-presidente da EDAG do Brasil.

“Nosso papel é definir uma série de parâmetros juntamente com as montadoras para verificar se a blindagem foi bem executada. Por exemplo, nós realizamos testes com duração mais reduzida para verificar se existem barulhos e se o serviço foi bem realizado. Se tudo estiver dentro das regras, a homologação é realizada”.

A equipe não atesta apenas a qualidade do serviço mas também se todos os itens do automóvel estão operando normalmente após a desmontagem e remontagem para a realização da blindagem.

“Avaliamos o funcionamento de todos os itens, inclusive os de segurança, como os airbags. Verificamos se eles funcionam corretamente”, conta Martin.

Atualmente trabalhando com BMW e Volvo, a EDAG define os parâmetros da homologação “de acordo com a demanda”. Ou seja: segue as necessidades e desejos do cliente em cada projeto. Isso inclui até a quilometragem dos testes de rodagem realizados.

“A montadora é quem define em conjunto com nós. Do nosso ponto de vista, (rodar) 10 mil quilômetros é suficiente (para realizar a homologação)”.


Abrablin cria selo de certificação para blindadoras

Se a EDAG é uma das empresas convocadas por montadoras para homologar o trabalho das blindadoras, a Abrablin é responsável por, entre outras tarefas, monitorar a atuação das empresas do setor no país.

Foi por isso que a associação se uniu ao Instituto de Qualidade Automotiva (IQA) para criar a Certificação de Blindadoras IQA/Abrablin.

“Esse selo serve para certificar as blindadoras associadas e diferenciá-las do mercado em geral ao comprovar sua capacidade técnica por meio de vários processos de verificação”, afirma Marcelo Silva, presidente da associação.

Inicialmente, a certificação teve a adesão de pelo menos 10 blindadoras e a expectativa é que outras empresas se juntem à iniciativa. Silva acredita que a iniciativa pode ajudar tanto as blindadoras quanto o próprio cliente, que poderá decidir com mais clareza com quem vai blindar seu veículo.

“Isso (criação do selo) deixa o consumidor mais seguro e confiante de que está fazendo uma boa escolha. Além disso, acreditamos que essa ação aumentará o padrão de qualidade na prestação desse tipo de serviço”, completa.


Brasil é referência global em blindagem

Além da Volvo, a Carbon é parceira de outras seis marcas - e todas pensam em exportar veículos blindados.

“O foco das montadoras ainda é o (mercado) nacional, mas muitas delas estão olhando para exportação. Até mesmo as marcas japonesas, que são mais tradicionais, estão mudando de ideia. A Toyota, por exemplo, vive sendo consultada pela ONU para que seus membros possam andar em países que estão sob conflito”, revela Guilherme.

Com um número tão grande de empresas no setor, o mercado brasileiro se tornou sinônimo de trabalho de qualidade no segmento de blindagem.

“Assim como a Suíça é conhecida por ser referência em relógios, o Brasil virou referência em blindagem. O cliente sabe que a blindagem é de boa qualidade se ela foi realizada no Brasil”, conclui o executivo.



FONTE: Automotive business



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