Medo da criminalidade impulsiona venda de carros blindados no Brasil

26 de março de 2024

O setor bateu recorde em 2023. Oito em cada dez blindagens são feitas em São Paulo. E o aumento na busca por segurança já chega até aos transportes por aplicativos.


A sensação de insegurança nas grandes cidades fez o Brasil bater mais um recorde na venda de carros blindados em 2023.

Quase 29,3 mil carros foram blindados no ano passado, o que representa um aumento de 13% em relação a 2022, quando outro recorde já havia sido registrado no país.

São Paulo concentra a maior parte das blindagens: 85% foram feitas no estado. A lista segue com Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Sul.

Os dados são da a Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin).

A gerente de tecnologia Adriana Antiques foi uma das pessoas que decidiram ter um carro blindado em casa. Mas, no caso dela, o investimento em proteção foi feito pensando nos filhos.

Ela conta que já pensava nisso há alguns anos, mas o alto custo desses carros era um problema:

"Fui deixando, deixando, e acabei não blindando meu carro. Meus filhos tiraram a carta de motorista e, como eles vão andar sozinhos agora, eu vou em busca de um carro blindado. Eu acabei buscando um carro usado, mas blindado, para deixá-los mais seguros e me sentir mais segura, não ficar tão preocupada com eles", afirma.

A blindagem mais comum no mercado brasileiro custa de R$ 60 mil a R$ 80 mil, sem contar o valor do carro. Já as opções mais reforçadas podem sair por R$ 150 mil.


Quem está recorrendo à blindagem?

Ainda que a blindagem seja cara, os empresários responsáveis pelas blindadoras já notam uma mudança no perfil dos consumidores. É o que explica Fabio Rovêdo de Mello, gestor de novos negócios da Concept Be Safe.

"Tem pessoas jovens, na faixa de 30 anos, com primeiro filho. E os pais também, quem tem condição. Hoje mesmo eu tive uma consulta de uma pessoa que queria blindar um hatch pequeno pra filha porque agora ela está tirando carta, indo pra faculdade, de um bairro pra o outro. A sensação de insegurança perto é muito presente", explica.

Carlos Kumamoto, diretor da W.Truffi, explica que também tem mais gente procurando seminovos blindados, como forma de contornar os altos custos dos zero quilômetros.

"Outros estados fora de São Paulo tem procurado muito por blindagem automotiva. Alguns até com muita expressividade. Nosso target hoje principal, é a família que, algumas vezes, até por não querer investir um valor muito alto, acaba optando por blindar um veículo seminovo ou comprar um seminovo blindado", diz.


Blindados no transporte por aplicativo

A busca por mais segurança nos deslocamentos diários chegou até aos transportes por aplicativo.

O russo Daniil Sergunin morava na Suíça e se mudou para o Brasil há cerca de três anos. Ele notou uma enorme diferença na sensação de insegurança nos dois países, então decidiu fundar a startup Rhino, da qual é também CEO.

Pelo aplicativo, os cerca de 8 mil clientes podem solicitar corridas em São Paulo a bordo exclusivamente de carros blindados. Daniil explica quais são os principais deslocamentos feitos:

"Primeiro, é o rodízio na cidade de São Paulo, tem essa questão. Uma vez por semana nossos clientes simplesmente não podem usar o veículo próprio. Tem momentos em que você vai querer sair pra tomar uma cerveja com amigos e obviamente ninguém vai dirigir e você acaba precisando do nosso produto. Ou, por exemplo, indo pro aeroporto, ninguém vai com veículo próprio. Muitos, muitos dos nossos clientes compraram os veículos blindados nos últimos dois ou três anos", explica.

Cada corrida custa de 50% a duas vezes mais do que o mesmo trajeto feito por outros serviços de transporte sem carros blindados.



FONTE: CBN

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No ano passado, cerca de 34.402 veículos foram blindados no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin). Os números representam um crescimento de 17,4% em comparação com o ano de 2023. O aumento representa uma demanda de consumidores que buscam por uma maior segurança dentro dos automóveis. Como existe uma diversidade de empresas em atuação no Brasil, o Instituto da Qualidade Automotiva (IQA), em parceria com a Abrablin, lançaram um certificado de qualidade dessas blindagens. O selo de qualidade deve seguir um padrão confiável para que os consumidores saibam a quem recorrer na hora de realizar uma blindagem. “A certificação aborda a qualidade e conformidade dos materiais balísticos utilizados no processo de blindagem, como manta, aço e vidro balístico, que devem obrigatoriamente possuir a Certificação de Produtos Controlados pelo Exército (PCE)”, ressalta a organização. Vale pontuar que o IQA atua como certificadora designada pelo Exército do Brasil para conduzir este tipo de avaliação, seguindo as exigências estabelecidas pela Norma Regulamentadora ABNT NBR 15000. Segundo o gerente de Serviços Automotivos do IQA, Sergio Fabiano, a certificação é voluntária e visa garantir que a empresa forneça um produto que cumpra sua finalidade. No processo de certificação, a empresa que realiza a blindagem veicular é submetida a uma avaliação abrangente, que engloba desde a sua estrutura física e capacidade de produção até a conformidade com normas de segurança e regulamentações. Aspectos como o processo de fabricação, disponibilidade de autorização para funcionamento, os equipamentos e tecnologias empregadas, bem como aquisição de materiais balísticos que passaram por testes realizados nos produtos finais para verificar sua resistência balística e outras características de segurança.  FONTE: ABRABLIN
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