Vidros de carros blindados podem ser reparados ou devem ser destruídos?

26 de setembro de 2023

Elemento é o mais vulnerável da blindagem e pode apresentar delaminação e perda de eficácia balística


Nos anos 1990, a blindagem acrescia, em média, 300 kg ao carro. Hoje, um sedã de porte médio blindado recebe a metade desse peso. A indústria, de modo geral, está sempre à procura de melhores soluções, e com a blindagem não é diferente. No entanto, não é sempre que há uma salvação nesse tipo de serviço.

Vidros blindados delaminados, por exemplo, não podem ser reparados. A portaria nº 94, publicada pelo Exército em 16 de agosto de 2019, prevê no Art. 63 do capítulo V que “as blindagens balísticas inservíveis ou com avarias, inclusive delaminação, devem ser destruídas”.

A delaminação acontece quando há deslocamento das camadas do vidro blindado, o que cria bolhas de ar esbranquiçadas. Pode ter várias causas, de reações da composição do produto até condições de uso e conservação do veículo. Exposição a ambientes severos de calor e umidade pode acelerar o processo.

Vale lembrar que os vidros são a parte mais vulnerável da blindagem. “São elementos mais sensíveis ao tempo, podem apresentar delaminação e perda de eficácia balística. A parte opaca, na qual aplicam-se manta e aço, tem durabilidade que provavelmente se estenderá por toda a vida do veículo, desde que a instalação tenha sido de qualidade e que sejam feitas as revisões preventivas”, diz Alessandro Ericsson, CEO da Carbon Blindados.

Além da delaminação, um outro problema também pode aparecer nos vidros blindados: trinca. Segundo especialistas, ela pode ser desencadeada por três fatores. O primeiro deles é um impacto forte. Ou seja, uma pedrada, por exemplo, que pode causar fissura, que leva à trinca.

Uma segunda opção é o choque térmico. Em razão da espessura do vidro blindado — em torno de 21 mm —, ele absorve quantidade de calor muito maior, e a trinca aparece na hora. A última e terceira possibilidade é a torção de carroceria. Isso surge por falta de cuidado em lombadas e valas ou por outros choques violentos que podem pressionar os vidros.

Diante de qualquer suspeita, deve-se levar o carro à blindadora para verificar se houve dano à resistência balística. O executivo da Carbon afirma que a garantia é mantida só quando o cliente contrata blindagem certificada por montadora: “A Carbon tem certificação de Jaguar, Land Rover, Volvo e Toyota, e tem previsão de lançar blindagens certificadas com outras marcas neste ano”, revela.

O presidente da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), Marcelo Silva, diz que “juridicamente falando, só partes alteradas poderiam perder a garantia. Porém, cada fabricante adota sua política. Caso seja negada pela montadora a garantia de item que não foi alterado, o cliente deve procurar seus direitos por meio do Código de Defesa do Consumidor ou judicialmente”.

Se não houver solução, o Termo de Responsabilidade de Blindagem no Brasil, disposto na mesma portaria do Exército, determina em parágrafo único que "a responsabilidade pela destruição de blindagens substituídas é da blindadora que executou a substituição".


FONTE: AUTO ESPORTE



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No ano passado, cerca de 34.402 veículos foram blindados no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin). Os números representam um crescimento de 17,4% em comparação com o ano de 2023. O aumento representa uma demanda de consumidores que buscam por uma maior segurança dentro dos automóveis. Como existe uma diversidade de empresas em atuação no Brasil, o Instituto da Qualidade Automotiva (IQA), em parceria com a Abrablin, lançaram um certificado de qualidade dessas blindagens. O selo de qualidade deve seguir um padrão confiável para que os consumidores saibam a quem recorrer na hora de realizar uma blindagem. “A certificação aborda a qualidade e conformidade dos materiais balísticos utilizados no processo de blindagem, como manta, aço e vidro balístico, que devem obrigatoriamente possuir a Certificação de Produtos Controlados pelo Exército (PCE)”, ressalta a organização. Vale pontuar que o IQA atua como certificadora designada pelo Exército do Brasil para conduzir este tipo de avaliação, seguindo as exigências estabelecidas pela Norma Regulamentadora ABNT NBR 15000. Segundo o gerente de Serviços Automotivos do IQA, Sergio Fabiano, a certificação é voluntária e visa garantir que a empresa forneça um produto que cumpra sua finalidade. No processo de certificação, a empresa que realiza a blindagem veicular é submetida a uma avaliação abrangente, que engloba desde a sua estrutura física e capacidade de produção até a conformidade com normas de segurança e regulamentações. Aspectos como o processo de fabricação, disponibilidade de autorização para funcionamento, os equipamentos e tecnologias empregadas, bem como aquisição de materiais balísticos que passaram por testes realizados nos produtos finais para verificar sua resistência balística e outras características de segurança.  FONTE: ABRABLIN
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